Não é de hoje que as palestras corporativas têm o estigma de serem chatas, desnecessárias e desculpas para matar o tempo de trabalho. Essa é uma ideia que já se arrasta por anos no mundo corporativo e, na verdade, está começando a perder força com alguns palestrantes que conseguem fugir daquele ponto comum e palestram muito bem para motivar desde a portaria até os dirigentes de uma empresa.
Esse estigma no mundo corporativo é muito grande porque muitas pessoas acabam caindo neste universo por “falta de opção”. Um exemplo grande é o setor de vendas. Ninguém quer ser vendedor. As pessoas enxergam aquela profissão como um trampolim para a profissão dos seus sonhos, quando têm sonhos, ou como algo paliativo enquanto não encontra nada melhor.
Eu lembro que, enquanto estava na faculdade, muitos colegas trabalhavam em grandes empresas. Estagiários em multinacionais e grandes empresas brasileiras que enchiam a boca para falar sobre os seus locais de trabalho. Porém, aquelas mesmas pessoas não podiam fazer o que gostavam aos finais de semana porque não tinham qualidade de vida, saúde financeira e motivação.
Enquanto isso, nas minhas lojas de surf, os vendedores chegavam a ganhar mais de três vezes o que esses meus colegas de sala ganhavam. Com minhas palestras de vendas e treinamentos constantes, eles eram motivados a trabalhar naquele setor, que os “administradores” da minha faculdade olhavam como um cargo paliativo, e conquistavam resultados fantásticos.
Foi assim que comecei palestrar no mundo corporativo.Motivando e ensinando a minha própria equipe. E o seu papel como palestrante no mundo corporativo é saber como fazer isto também. Eu sempre digo que, independente do mercado que está trabalhando, toda palestra deve ser motivacional.
Palestras corporativas podem ser atrativas!
Poucos palestrantes corporativos já conseguem se destacar fazendo palestras verdadeiramente persuasivas que vão mudar a vida das pessoas que trabalham naquela empresa. Na maioria dos casos, as palestras são cheias de técnicas interessantes para a empresa, mas sem uma forma atrativa, ou são pura forma, sem conteúdo.
A forma é mais importante que o conteúdo. Mas não que você não deva trabalhar o conteúdo de sua palestra, mas porque você já deve ter aquele conteúdo para transmitir e trabalhar apenas a forma como você irá passar para seu público. É isso que faz a diferença nas melhores palestras corporativas.
Por ter este público que, muitas vezes, não está feliz para assistir a sua palestra, você precisa trabalhar a sua performance melhor do que nunca. É preciso contar boas histórias para motivar aquela equipe, falar sobre as maiores dores deles e, principalmente, tentar gerar rapport logo no começo da palestra. Dessa forma, você conseguirá pegar aquelas pessoas facilmente.
No Criando Palestras e Apresentações, eu sempre digo que ensinam errado como ser palestrante. Você ouvirá por aí que um palestrante deve ser sempre alegre e divertido, mas como uma pessoa que está chateada, triste e até sem vontade de assistir sua palestra criará uma conexão com você se for apenas feliz? Imagina que você foi obrigado a ir para um lugar que não desejava, você não iria gostar de alguém engraçadinho o tempo todo na sua frente. Por isso, você deve oscilar sua voz para soar alegre, tenso, sério, mais chateado etc. de acordo com o que está falando. Isso já quebra o estigma do palestrante chato que sempre faz a mesma piadinha. “Bom dia… Vocês não tomaram café da manhã hoje? BOM DIA!”. Por sinal, eu não sei de onde tiraram que o palestrante precisa ser engraçadinho desse jeito.
O mundo corporativo precisa de experiência
Uma palestra corporativa pode ganhar muito mais força quando incrementada com suas experiências e experiências de amigos. Isso porque mostra para as pessoas que estão assistindo que você é semelhante a elas e que entende pelo que estão passando.
Há uns tempos atrás, fui contratado para palestrar para um pequeno grupo de diretores de uma grande empresa durante um evento corporativo. Ao mesmo tempo da minha palestra, estava acontecendo uma apresentação para os funcionários. E como gosto muito de fazer, contei minhas experiências enquanto mostrava táticas de vendas que funcionam.
No meio da palestra, muitas das pessoas que estavam me assistindo começaram a mexer no celular. E, de repente, começou a surgir muitas outras pessoas para assistir essa minha palestra. Eles estavam chamando outros funcionários da empresa porque acreditavam que o que eu estava falando era extremamente relevante e estava sendo transmitido de uma forma interessante.
Em outra situação, durante uma palestra de vendas, me pediram se eu poderia demonstrar o que estava ensinando na prática. E foi exatamente o que fiz! Peguei o telefone, conversei com um cliente da empresa como vendedor e mostrei que as estratégias que eu estava ensinando eram extremamente relevantes. Foi uma das plateias mais motivadas que eu já vi em mais de 10 anos palestrando sobre vendas.
O mundo corporativo não precisa de mais palestrantes chatos e engraçadinhos, ele precisa de pessoas com vivência e performance para motivar suas equipes de verdade!
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